Perda Auditiva e suas Consequências no Idoso
Por ser um processo lento e progressivo, demora muito a ser percebido e o paciente não tem a consciência de quanto a sua deficiência auditiva limita sua percepção dos sons no seu dia a dia. De todas as privações sensoriais, a perda auditiva é a que produz efeito mais devastador no processo de comunicação do idoso.
A presbiacusia ou surdez do idoso consiste do envelhecimento natural da audição, tão frequente que chega a acometer 70% da população com mais de 65 anos. A perda auditiva tem um enorme impacto na qualidade de vida dos idosos e está se tornando cada vez mais comuns com o envelhecimento da população.
Por ser um processo lento e progressivo, demora muito a ser percebido e o paciente não tem a consciência de quanto a sua deficiência auditiva limita sua percepção dos sons no seu dia a dia. De todas as privações sensoriais, a perda auditiva é a que produz efeito mais devastador no processo de comunicação do idoso.
Com a diminuição da sensibilidade auditiva, ocorre uma redução na inteligibilidade da fala, o que vem a comprometer seriamente o seu processo de comunicação verbal. A percepção das consoantes torna-se muito difícil, especialmente quando a comunicação ocorre em ambientes ruidosos.
Zumbido e intolerância a sons de moderada à alta intensidade (agudos) também são comuns. Se a pessoa fala baixo, o idoso não ouve, se ela grita, o incomoda.
Problemas de alerta e defesa também tornam o idoso mais suscetível a acidentes: incapacidade para ouvir pessoas e veículos aproximando-se, panelas fervendo, alarmes, telefone, campainha da porta, anúncios de emergências em rádio e TV.
O isolamento social é uma condição comumente ocasionada pela perda auditiva e, em casos mais graves, pode culminar com quadros de depressão, já que nessa condição o, idoso costuma passar com frequência por situações constrangedoras e tentando evitá- las, passa a isolar-se de amigos e familiares.
A presbiacusia também aumenta o risco de desenvolvimento da Doença de Alzheimer, forma mais comum de demência causada pela degeneração dos neurônios. Segundo estudo publicado no periódico americano Archives of Neurology por cientistas da Faculdade de Medicina Johns Hopkins, dos Estados Unidos, a cada dez decibéis perdidos de audição, os riscos de demência aumentam em 27%. Os sentidos: audição, visão e equilíbrio são canais de comunicação do ambiente com o cérebro, que quando deixa de ser estimulado sofre processo de “atrofia”.
Por isso, pacientes e seus familiares devem ficar atentos aos primeiros sinais de diminuição auditiva para o diagnóstico e tratamento precoces. Vale ficar atento aos sintomas:
• Isolamento social e sinais depressivos;
• Assiste televisão com volume muito alto e as pessoas reclamam do volume;
• Pede sempre que as pessoas repitam várias vezes o que disseram;
• Tem dificuldade para comunicar-se em ambientes ruidosos;
• Dificuldade em ouvir sons de aparelhos como relógios ou telefones;
• Costuma interpretar a fala das pessoas através da leitura labial.
O idoso com dificuldades auditivas deve passar por avaliação otorrinolaringológica e fonoaudiológica, chegando ao tratamento mais adequado à sua condição.
O tratamento da presbiacusia se dá por meio de próteses auditivas ou, mais recentemente, os implantes cocleares, em casos reservados, a fim de realizar a reabilitação auditiva desse paciente já que a recuperação da perda auditiva não é possível. Atualmente, os avanços tecnológicos melhoraram muito o desempenho dos aparelhos auditivos, minimizando as más experiências que eram comuns no passado. Há inúmeros modelos e estes são selecionados após avaliação minuciosa, levando em consideração sempre o bem-estar do paciente.