Para que seja mesmo a melhor Idade
O envelhecimento é uma fase importante de todas as sociedades humanas, refletindo não só as mudanças biológicas, mas também as convenções sociais e culturais. Inegavelmente estamos vivendo mais, passamos de uma expectativa de média de vida de 50 anos na década de 60, para cerca de 75 anos nos anos 2000, em nossa região.
Esse processo biopsicossocial de transformações, ocorridas ao longo da vida, suscitando diminuição progressiva de eficiência de funções orgânicas, que ocorre de maneira e velocidade diferentes para cada pessoa, seu papel social que poderá ser positivo ou negativo de acordo com os valores sociais e culturais do grupo ao qual o idoso pertence (sociocultural) e pelos seus aspectos psíquicos vistos tanto pela sociedade quanto pelo próprio idoso (psicológico).
Popularmente, traduzimos isso da seguinte maneira quando nos deparamos com um amigo na faixa dos seus 50 ou 60 anos e dizemos: Nossa! Fulano passa os anos e ele não envelhece, está sempre do mesmo jeito! Algum tempo depois vemos a mesma pessoa e, por vezes, podemos constatar que o fulano tinha envelhecido muito rápido nos últimos tempos, algo aconteceu?
Buscando responder à pergunta de qual foi o gatilho que disparou esse processo e como podemos tentar diminuir seus efeitos, ou até mesmo retardá-lo que os profissionais da “Medicina da Longevidade” têm empregado muitos esforços. Em que pese que, à luz do conhecimento atual, o envelhecimento é um processo inexorável e irreversível.
Atendemos diariamente pacientes acima dos 45 anos, que reclamam de dores articulares, musculares ou quebraram algum osso por um trauma banal, em que nos limitamos tratar a consequência, isto é, a dor. Não percebendo que talvez estejamos diante de um gatilho para o processo de envelhecimento, que ele pode estar acelerando e que nossa intervenção pode modificar isso, veja a figura abaixo:
Olhando do ponto de vista global, esses pacientes perderam massa muscular (sarcopenia), enrijeceram suas articulações (artrose), seus ossos ficaram mais frágeis (osteoporose), tornando-se pessoas mais inseguras para fazer suas atividades básicas como levantar, sentar. O diagnóstico das múltiplas causas passam a ser nosso foco principal. Tentando descobrí-las, destacamos as hormonais (tiroide, sexuais, insulina), carências nutricionais (falta de ingestão ou absorção de proteínas, vitaminas D e B), uso excessivo de medicamentos (muitas vezes sem o devido controle médico) como antidepressivos e medicamentos para combater a dor. Recuperar e retardar os efeitos do envelhecimento, buscando de uma forma multidisciplinar (médicos, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo, farmacologista, professores de educação física e cuidadores) a perseguir esses objetivos de maneira sistematizada e personalizada para cada paciente.
O médico coordenador desse processo de recuperação traz os outros profissionais conforme a necessidade e de forma integrada. Não adianta mandar fazer fisioterapia ou academia, por exemplo, sem antes recuperar ou mesmo entender quais as limitações desse paciente. Portanto, a personalização do tratamento é fundamental, isto é, cada paciente tem um ritmo nesse processo, é nesse contexto que hoje em nossa equipe temos um profissional de farmacologia, que possa nos apoiar com informações específicas das terapêuticas medicamentosa escolhidas, suas associações, confiabilidade e com menor custo para que possamos também individualizar o tratamento medicamentoso.
Com essa visão multidisciplinar e individualizada do tratamento, conseguimos com custos mais acessíveis ter mais pessoas mais felizes, seguras e produtivas para a sociedade na melhor idade, como a figura abaixo: