Falta da Libido Quando falta vontade para o sexo
LIBIDO (do latim, anseio ou desejo) é a busca instintiva pelo prazer sexual: desejo sexual. Na concepção de Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista, considerado o pai da Psicanálise, a LIBIDO é a energia que provém das pulsões ou instintos e que afeta nosso comportamento, direcionando-o.
Diante disso, ele diferenciou dois tipos de pulsões – a pulsão de vida e a pulsão de morte. A libido refere-se à energia vital que está na base das modificações da pulsão sexual.
Para Carl Gustav Jung (1875-1961) psiquiatra e psicoterapeuta suíço que desenvolveu a Psicologia Analítica, o conceito de LIBIDO vai além da sexualidade, é uma energia psíquica presente em toda a natureza e envolve os diferentes aspectos da vida de uma pessoa, ou seja, a mente, o corpo, a alimentação, a linguagem, a religião, as necessidades básicas e o amor.
A Sexualidade Humana caracterizada como um dos mais poderosos instintos da psique humana, envolve não somente os órgãos sexuais (nossos genitais), o contato íntimo com o parceiro, o envolvimento de todo o corpo e as zonas erógenas., mas envolvem também a vontade, os desejos e as fantasias, e é isso que nos faz diferentes dos animais, que usam o sexo apenas para procriação.
O impulso sexual espontâneo, a dificuldade de excitação e de obtenção de orgasmo, requer um momento único de intimidade e emoção. A energia psíquica é fonte criadora do desejo sexual que gera estímulos e excitação, e que levará a pessoa à satisfação e ao prazer.
A disfunção do desejo sexual – falta da libido – é muito mais comum do que se imagina, em casais homo ou hétero, muitas vezes é camuflada como se fosse um problema temporário. Sendo as causas em sua maioria psicológicas, pode acabar se tornando um grave problema físico, ou seja, se tornar um caso de somatização.
Em tempos de crise, estresse e conflitos pessoais e externos, as vezes deparamo-nos sem perspectivas de futuro. Problemas financeiros, a busca constante pelo sucesso, baixa qualidade de vida e preocupações excessivas, são alguns dos fatores geradores dos sintomas negativos e causadores de angústias.
Na mulher, vários fatores contribuem para a perda da libido, além das perdas causadas pela própria vida do humano, como as mudanças do corpo (pela idade), a paixão do início dos relacionamentos que se desfaz, o carinho com o cônjuge tornando-se cada vez mais raro pela mesmice da rotina, os filhos que chegam e modificam toda a convivência da casa e a própria rotina do dia que torna o tempo escasso para um banho relaxante, dormir tranquilamente e consequentemente descansar e curtir os momentos de intimidade.
Além de todos fatores citados, a mulher tem ainda a perda da libido ou “falta de vontade” associada à gravidez, ao pósparto, ao uso de contraceptivos orais, ao uso de medicamentos (para diabetes, dormir, antidepressivos) além do período da menopausa.
No homem os fatores não diferem muito, mas é no surgimento do problema físico, como falta de ereção, ejaculação precoce ou dificuldade de ejacular, que acabam se tornando a maior causa dos transtornos psicológicos, e porque não dizer, o motivo primeiro da procura pela Terapia Sexual. Também a obesidade que geralmente chega com a idade, as medicações e o uso “social” do álcool, são fatores que quase nunca são lembrados como problema de base para a falta da libido masculina.
A história de cada pessoa, seu desenvolvimento, traumas, crenças religiosas ou não, tabus que a própria família tem como regras, podem ser fatores geradores de bloqueio para uma boa sexualidade e para o desejo sexual.
Quando o sexo deixa de propiciar momentos gostosos da troca de carícias e prazer para tornar-se um escape na redução das angústias e estresse, isso pode mostrar um verdadeiro termômetro para procura de uma ajuda externa de um profissional da área.
Procurar o médico Ginecologista e/ou Urologista é o primeiro passo para um bom diagnóstico. Excluídas todas as dúvidas físicas, eles deverão encaminhar o paciente à Terapia Sexual. É o Terapeuta Sexual o profissional indicado para iniciar o “desbloqueio emocional” da mulher, do homem ou do casal. Refletir “juntos”, com abordagem dos eixos cognitivos, afetivos, relacional e corporal, é o caminho.