Vaginismo
A dificuldade sentida pelo homem ou pela mulher durante qualquer parte da atividade sexual – desejo, excitação e orgasmo – é definida como Disfunção Sexual.
As disfunções ou distúrbios sexuais são diagnosticados quando surgem como alterações da sexualidade de uma pessoa e causam sofrimento, ansiedade e até sintomas de depressão, não só à mulher ou ao homem, mas ao casal, e o impacto na qualidade de vida é bastante perturbador. Nas disfunções sexuais o problema de um se reflete no outro, sendo importante que o casal esteja em completa sintonia aos interesses e desejos do outro
O Vaginismo é uma das Disfunções Sexuais exclusivamente feminina, e não se encontra nenhum sintoma semelhante nos homens. Causado muitas vezes por medo e stress – é um problema que afeta de 3% a 5% das mulheres. Por falta de conhecimento, às vezes, é encarado como “frescura”, mas o vaginismo tem cura e merece muita atenção.
Vaginismo é a contração da vagina que impede a penetração do pênis. Neste distúrbio os músculos ao redor da vagina (no introito, terço inferior), contraem involuntariamente, como se estivessem condicionados a “proibir” qualquer tentativa de penetração. Muitas vezes a mulher encontra-se na plenitude da excitação e vontade da relação sexual, mas não consegue o relaxamento para isso. A contração é de tal rigidez que ela não consegue introduzir seu próprio dedo e não permite a inserção do espéculo no exame ginecológico.
O Vaginismo tem duas classificações: primário e secundário.
Primário – quando a mulher nunca conseguiu ou sempre teve dificuldade na penetração. As causas são diversas:
• Educação familiar muito rígida;
• Crenças religiosas (diferentes religiões) – sexo é tratado como “coisa suja e proibida”, sexo é liberado apenas para procriação;
• Tabus criados pela sociedade – em primeiro lugar a mulher deve satisfazer o homem, etc;
• Medo das DSTs – Doenças Sexualmente Transmissíveis.
Secundário – quando a mulher é vítima de violência sexual, como estupro e traumas sexuais.
As mulheres com Vaginismo geralmente procuram o ginecologista para falarem de suas dificuldades, e cabe a este profissional examinar e avaliar as condições fisiológicas da paciente. Descartados problemas com os órgãos genitais e constatado sua perfeita formação e funcionamento, o médico deverá encaminhá- la ao Terapeuta Sexual ou Psiquiatra Especialista em Sexualidade, sendo que, em alguns casos, se faz necessário também o acompanhamento da Fisioterapeuta Especialista em Sexualidade.
Na Terapia Sexual, as mudanças ocorrem devagar e isso acontece – ainda – pela existência do “machismo” e sentimentos de dominação por parte do homem. Outro fato relevante tratado na terapia é a comunicação do casal – se não tem conversa, não tem cura. Costumo lembrar aos pacientes que o ser humano ainda não desenvolveu a capacidade da leitura de pensamentos, e só conseguimos saber se “está bom ou não” pela fala.
Considerado como disfunção puramente psicológica, o Vaginismo alcança cura de 99% com Terapia Sexual.
Aos leigos, o Vaginismo muitas vezes é confundido com Dispareunia, que é também uma disfunção sexual, caracterizada pela dor ou desconforto no ato sexual; e neste caso, ocorre tanto em homens como em mulheres, por diferentes causas.
Para que se dê o funcionamento sexual adequado, não apenas a pessoa deve estar livre de afetos negativos, mas precisa também liberar-se do controle cognitivo excessivo. Em outras palavras, o bom sexo exige um estado emocional calmo e o abandono à experiência erótica. (KAPLAN, 1978).