Doenças Crônicas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que as doenças crônicas de declaração não obrigatória, como as doenças cardiovasculares, a diabetes, a obesidade, o cancro e as doenças respiratórias representam cerca de 59% do total de 57 milhões de mortes por ano e 46% do total de doenças. Afetam países desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento. A expansão das doenças crónicas reflete os processos de industrialização, urbanismo, desenvolvimento econômico e globalização alimentar, que apresentam: alteração das dietas alimentares; aumento dos hábitos sedentários; crescimento do consumo de tabaco.
Cerca de metade das mortes causadas por doenças crônicas está diretamente associada às doenças cardiovasculares. Os ataques cardíacos e os enfartes do miocárdio matam cerca de 12 milhões de pessoas por ano. A hipertensão e outras doenças cardíacas matam, por sua vez, 3,9 milhões de pessoas. Cerca de 75% das doenças cardiovasculares são atribuíveis a: colesterol elevado; tensão arterial elevada; dieta pobre em frutas e vegetais; sedentarismo; tabagismo.
Calcula-se que, em todo o mundo, existam 177 milhões de pessoas a sofrer de diabetes, sobretudo de tipo 2. Dois terços do total vivem nos países em vias de desenvolvimento. Mais de mil milhões de adultos sofrem de excesso de peso. Destes, pelo menos 300 milhões são clinicamente obesos.
A mudança dos hábitos alimentares e a implantação de um estilo de vida sedentário estão ocorrendo a um ritmo muito mais rápido nos países em vias de desenvolvimento, por comparação com o que aconteceu nos países desenvolvidos. As doenças crônicas estão crescendo em muitos dos países mais pobres, articulando- se de forma muito perigosa com outra calamidade: as doenças infecciosas.
Apesar de muito diferentes entre si, as doenças crônicas apresentam fatores de risco comuns. São poucos e podem ser prevenidos: colesterol elevado; tensão arterial elevada; obesidade; tabagismo; consumo de álcool.
A prevenção dos riscos de ocorrência da doenças crônicas, bem como o controle das comorbidades se dá através de alterações no padrão alimentar: alterando a dieta alimentar – privilegiar frutas, vegetais, frutos secos e cereais integrais; substituir as gorduras animais saturadas por gorduras vegetais insaturadas; reduzir as doses de alimentos salgados e doces; mantendo um peso normal – Índice de Massa Corporal entre 18,5 e 24,9; eliminando o consumo de tabaco.
Já está comprovado que as intervenções comportamentais sustentadas são eficazes na redução dos fatores de risco para a população. Mais de 80% dos casos de ocorrência de doenças cardíacas coronárias, 90% dos casos de diabetes de tipo 2 e de um terço das ocorrências de cancro podem ser evitados através da alteração dos hábitos alimentares.
Não existe um único alimento ideal. Não existe uma dieta perfeita. Existe a sua fórmula de saúde, personalizada. Seja qual for sua faixa etária, o metabolismo está em contínua transformação. As necessidades se modificam e o cotidiano consome as reservas nutricionais a um ritmo mais acelerado do que a capacidade do organismo em armazená-las ao seguir uma dieta não balanceada. Hoje é possível reverter este quadro de desgaste. Além da reeducação alimentar podem ser feitos mapeamentos bioquímicos que detectam carências específicas para indicar suplementação nutricional que sejam realmente necessárias. O resultado é prevenção e controle das doenças causadas pelo novo estilo de vida, além de restabelecer a qualidade de vida, já que a nossa perspectiva de vida aumenta a cada dia com os novos avanços da saúde.