Cirurgia Micrográfica de MOHS
Não há dúvida de que exposição solar tem efeitos positivos para a saúde. É capaz de estimular a produção de vitamina D para prevenção de osteopatias, regulação do sistema imune, melhora da autoestima e contribui para a formação de ambientes propícios para encontro familiar.
Entretanto, alguns efeitos do sol na pele são deletérios, especialmente quando a exposição ocorre sem a proteção requerida: bronzeamento, queimaduras, manchas, sardas, fotoenvelhecimento, desidratação, catarata e o mais grave deles, câncer da pele.
O câncer da pele é um aumento incontrolável de células cutâneas anormais e agressivas. Se não for diagnosticado, poderá se espalhar para outros órgãos. Vejo um aumento considerável de procura de pacientes na clínica e na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) com lesões suspeitas ou confirmadas de neoplasias e que necessitam de tratamento cirúrgico imediato. Muitos destes pacientes possuem mais de uma lesão já na primeira consulta.
O tratamento de escolha, excetuando raras ocasiões, é sempre cirúrgico. Durante muito tempo foi tratado com radioterapia, criocirurgia, curetagem ou tratamento químico, porém, atualmente, por meio de vários artigos médicos internacionais demonstrando baixos níveis de eficácia destas modalidades terapêuticas, a cirurgia ganhou ainda mais destaque. Dentre as técnicas cirúrgicas, a Cirurgia Micrográfica de MOHS é a mais respeitada e considerada como a terapêutica de escolha para a remoção do Câncer da Pele.
O que é?
A Cirurgia Micrográfica de MOHS é uma técnica que remove tumores cutâneos de forma extremamente precisa, pois além de retirar o câncer – evitando a remoção excessiva de tecido sadio peritumoral – avalia microscopicamente todas as margens da lesão durante a cirurgia. Consequentemente, possibilita mais segurança em relação à cura, pois a avaliação das margens é feita antes de se proceder o fechamento cirúrgico, gerando cicatrizes menores que na técnica convencional, na qual é preciso retirar uma margem grande de segurança. É uma técnica altamente eficaz e especializada para remover os principais tipos de tumores da pele.
Quais são as vantagens?
A principal vantagem da Cirurgia Micrográfica de MOHS em relação à cirurgia convencional é de que esta técnica permite o controle microscópico das margens cirúrgicas do tumor durante a cirurgia, garantindo assim a remoção de todo o tumor com o mínimo de remoção de pele normal. Na cirurgia convencional, o tumor é retirado com margens de segurança marcada a olho nu e depende da experiência do cirurgião dermatológico, enviado para o exame anátomopatológico em clínicas especializadas, e os resultados ficam prontos em 1 a 2 semanas. Como nestes casos a retirada do tumor é feita com margens de segurança estimadas apenas pela visualização do cirurgião dermatológico, os riscos de permanecerem resíduos do tumor são maiores.
A cirurgia de MOHS é ideal ainda nas situações em que o câncer da pele recidivou, quando está em um local de difícil remoção como, por exemplo, na face, especialmente em torno do nariz, olhos e boca ou quando o tumor é de subtipo mais agressivo e infiltrativo, como o carcinoma basocelular esclerodermiforme ou micronodular.
Quem é o Cirurgião Micrográfico de MOHS?
A técnica requer habilidade e treinamento qualificado, pois é necessário ao dermatologista (denominado cirurgião de MOHS) habilidades bastante específicas. Os cirurgiões de MOHS são treinados para realizar esta técnica e planejar a melhor reconstrução plástica da pele após a remoção do tumor.
Quais os tumores que podem ser operados?
O tipo de câncer mais operado com cirurgia micrográfica é o carcinoma basocelular. Mas, uma grande variedade de outros tumores como espinocelulares, certos tipos de melanoma, tumores de anexos, o dermatofibrossarcoma e outros tumores do tecido fibroso também podem ser operados com a técnica. A Cirurgia Micrográfica também é indicada para tumores com margens mal delimitadas, áreas críticas – como o redor dos olhos, nariz, boca – e outras regiões em que a extensão do tumor pode provocar deformidades após a cirurgia.