Alimentação do idoso, um cuidado a mais
Com o aumento no ritmo de envelhecimento da população brasileira, torna-se fundamental planejar e desenvolver ações de saúde que possam contribuir com a melhoria da qualidade de vida dos idosos.
Alterações naturais nos mecanismos de defesa do organismo ou dificuldades no processo de mastigação e deglutição podem tornar a pessoa idosa mais suscetível a complicações decorrentes do consumo de alimentos, o que reforça a necessidade de cuidados diários para preparar refeições seguras. Planejar as refeições e utilizar medidas corretas durante o preparo dos alimentos pode contribuir para a satisfação com a alimentação, evitando riscos de acidentes e danos à saúde, principalmente para quem já se encontra em idade mais avançada, e, ao mesmo tempo, permite atender aos princípios de uma alimentação saudável. Assegurar a participação da pessoa idosa no planejamento da alimentação diária e no preparo das refeições possibilita o maior envolvimento com a alimentação
É importante o cuidado no preparo das refeições, o ambiente onde as refeições são preparadas precisa estar limpo, inclusive os utensílios que serão utilizados e os equipamentos. A organização, nesse momento, pode garantir espaço adequado para o manuseio dos alimentos, diminuir esforço físico e mental e evitar acidentes. Outro cuidado é quanto à qualidade da água usada tanto para beber quanto para higienizar e preparar os alimentos, que deve ser tratada, fervida ou filtrada.
Ao preparar as refeições, algumas medidas especiais são necessárias para atender aos princípios de uma alimentação saudável:
• Dar preferência a alimentos menos gordurosos, optar por leite e derivados com menor teor de gordura, remover as gorduras visíveis das carnes e usar óleos vegetais para cozinhar os alimentos;
• Não abusar da adição de açúcar, sal e pimenta, nem do uso de enlatados, embutidos e doces;
• Planejar as refeições do dia de modo a favorecer o fornecimento adequado de nutrientes ao corpo, manter o peso saudável, por meio de uma alimentação acessível e segura. O nutricionista pode auxiliar neste planejamento;
• Quando a pessoa idosa apresentar limitações para mastigar e engolir, a forma de preparo, a consistência, a textura, o tamanho dos alimentos e a quantidade que é levada à boca devem ser adaptados ao grau de limitação apresentado. Nesses casos, moer, ralar, picar em pedaços menores podem ser alternativas viáveis para facilitar o planejamento das refeições e o consumo.
• Fazer as refeições em local agradável, o ambiente onde a refeição é consumida deve estar limpo, ser arejado, apresentar boa luminosidade, ter mobiliário resistente e adequado.
• Distribuir a alimentação diária em seis refeições durante o dia;
• A falta de companhia na alimentação acaba contribuindo para que a pessoa idosa tenha menos preocupação com o tipo de alimento consumido e a tendência, nessa situação, é alimentar-se de maneira inadequada tanto do ponto de vista da qualidade, como da quantidade. Nas instituições de longa permanência para pessoas idosas, é preciso estimular os moradores a frequentarem o salão de refeições;
• Desestimular o uso de sal e açúcar à mesa, a adição de outros temperos como cheiro verde, alho, cebola e ervas, pode ajudar a diminuir a utilização de sal no preparo dos alimentos;
• Orientar a pessoa idosa a comer devagar, mastigando bem os alimentos;
• Estimular a busca e o consumo da água entre as refeições, a ingestão de líquidos pelas pessoas idosas precisa ser incentivada. É importante incentivar o consumo da água em pequenas quantidades, várias vezes ao dia, entre as refeições.
A orientação nutricional pode contribuir para que as refeições se tornem mais prazerosas para o dia a dia da pessoa idosa, favorecendo a autonomia, o entrosamento social, a segurança alimentar e nutricional e o envelhecer de forma mais saudável. A orientação nutricional deve ser um dos componentes da atenção à saúde da pessoa idosa, uma vez que a alimentação saudável contribui para a promoção da saúde e para a prevenção de doenças.