É possível evitar a recuperação de peso após o Emagrecimento
A obesidade pode ser definida como uma doença crônica e de caráter progressivo, sua taxa mundial atual é o dobro da que foi observada na década de 1980 e, hoje, provoca mais mortes do que a desnutrição.
No Brasil, mais de 50% dos adultos estão acima do peso. Esta taxa aumentou 23% nos últimos 10 anos, sendo mais acentuada em pessoas com baixo poder aquisitivo.
O excesso de peso está associado ao diabetes, hipertensão, doença cardiovascular e alguns tipos de câncer, aumentando o risco de morte prematura e a redução da qualidade de vida.
O emagrecimento de pessoas obesas provoca o aumento dos hormônios estimulantes e a diminuição dos inibidores do apetite, o que leva ao contínuo aumento da fome.
O ambiente em que vivemos é altamente obesogênico, com excesso de oferta de alimentos, principalmente industrializados, o que favorece o ganho de peso ou o retorno da obesidade.
Um exemplo de um trabalho feito pelo departamento de nutrologia pediátrica da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) relata que uma criança ingere proveniente de sua lancheira somente no período vespertino 6kg de açúcar durante o ano.
O objetivo do tratamento da obesidade consiste na manutenção do peso reduzido conseguido pelo paciente, seja por método cirúrgico ou clínico.
Até recentemente, as causas do fracasso do emagrecimento em longo prazo não eram bem conhecidas e equivocadamente, ainda hoje, os pacientes obesos são culpados pela sua condição e pela recidiva.
Hoje, já se conhece os mecanismos neuroendócrinos de controle do peso corporal, adaptações fisiológicas e opções terapêuticas medicamentosas que podem ser utilizados para contrapor este retorno à obesidade.
O nosso organismo é comparado a uma grande orquestra, perfeitamente harmônica, sendo assim quando alguns de seus músicos (hormônios) começam a desafinar, estamos enfrentando o desequilíbrio hormonal, com consequente aumento de peso, sendo, então, necessária uma avaliação criteriosa do sistema endócrino hormonal de cada indivíduo, ou seja, a avaliação é individualizada e personalizada.
Quando o cérebro está exposto a uma quantidade excessiva de açúcares, caminhos neurológicos envolvidos na regulação do apetite são alterados, promovendo maior ingestão de alimentos.
As combinações de medicamentos para obesidade, com diferentes mecanismos de ação, oferecem a perspectiva de superar os mecanismos contrarregulatórios que se manifestam com o emagrecimento, pois as alterações hormonais permanecem por pelo menos um ano, período de observação dos estudos.
Assim, a manutenção do peso deve ser um trabalho colaborativo em que médicos e pacientes unam seus esforços para terem sucesso em longo prazo.