
Uma característica isolada não define um diagnóstico
Meu filho não olha nos olhos... será que é autismo?
É comum que os pais se preocupem ao notar algo diferente no comportamento dos filhos. Mas uma única atitude isolada não é suficiente para definir um diagnóstico.
Nos últimos anos, vimos crescer a conscientização sobre o desenvolvimento infantil — o que é ótimo. No entanto, junto com o acesso à informação, vieram também os diagnósticos precipitados. Vídeos na internet, comentários de terceiros e comparações entre crianças têm gerado inseguranças nas famílias.
Frases como “ele não fala ainda” ou “não olha nos olhos” têm levado muitos pais ao desespero, sem considerar o contexto. Mas o Transtorno do Espectro Autista (TEA) não é identificado por um único sinal. Ele envolve um conjunto de características que:
- se repetem e persistem com o tempo
- impactam a comunicação e a interação social
- afetam a forma como a criança reage a estímulos sensoriais
- dificultam a organização diante de mudanças
Esses sinais precisam ser consistentes, significativos e avaliados por profissionais capacitados. O diagnóstico sério não nasce de achismos, e sim de uma escuta atenta e análise técnica.
O mais urgente nem sempre é o laudo — é o estímulo.
É por isso que criei o ?? E.L.O. — Estímulo, Linguagem e Organização: um método que ajuda famílias a agirem com intenção, mesmo sem um diagnóstico fechado.
O que fazer se você estiver em dúvida?
- Observe com carinho e registre comportamentos que se repetem
- Procure profissionais que analisem o todo, não apenas uma atitude
- Confie no seu instinto, mas caminhe com base técnica
Nenhuma criança é definida por um diagnóstico.
Toda criança é uma história em construção.
Ariane Amorim
Fonoaudióloga, educadora e fundadora do E.L.O.
@arianeamorim.elo