Transtorno da Ansiedade Generalizada
A palavra ansiedade, no latim “auxietes”, remete ao verbo angere, que significa “apertar”, ”espremer”.
A ansiedade provoca um aperto interior, que pode servir tanto como propulsor para o aumento de motivação e produtividade quanto, em doses variadas, como resposta adaptativa frente aos estímulos de ameaça nos quais nos deparamos diariamente.
Entretanto, atualmente, é considerada como um dos males da modernidade, pois, quando surge em nossa vida como uma apreensão, uma sensação de incomodo permanente, de que alguma coisa ruim vai acontecer, esse medo “de não sei o que “, traz sofrimento. O paciente considera difícil controlar esse quadro.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) difere dos demais transtornos da ansiedade pelas distorções cognitivas, ou seja, pela presença de preocupaçõe excessivas (expectativas apreensivas). É um estado de ansiedade crônica que envolve superestimação dos riscos e antecipação de desfechos negativos ou prejudiciais. Quem sofre de TAG, vive em continuo estado de alerta e inquietude; deixa de viver e desfrutar o presente de forma plena, permitindo que as preocupações subjetivas tomem espaço do “aqui e agora“. Muitos portadores de TAG buscam diversos especialistas tais como clínico geral, cardiologista, neurologista, até atingirem o diagnóstico definitivo. Isso porque é permeada de sintomas físicos associados aos sintomas psicológicos. Entre os sintomas físicos se destacam: tensão muscular, fadiga, enxaqueca, sudorese, adormecimento, sensação de frio ou calor, desejo frequente de urinar. Os sintomas psicológicos mais frequentes são: irritabilidade, sensação de estar a “flor da pele”, dificuldade para se concentrar, falhas na memória e perturbação do sono. Quem desconhece o quadro tende a interpretar os sintomas como parte de sua personalidade, vindo a procurar o especialista tardiamente, já com complicações ou comorbidades como depressão, transtorno do pânico ou abuso de substâncias.
Há uma associação clara com um risco aumentado para diversas doenças somáticas, como enxaqueca, síndrome do colón irritável, gastrite e doenças cardiovasculares.
É preciso definir metas para o tratamento sem criar metas irreais. Mudanças de habito são recomendadas, como redução de cafeína e atividade física.
A eficácia da terapia cognitiva comportamental foi demonstrada em diversos estudos, no entanto, intervenção medicamentosa muitas vezes é necessária podendo acelerar o processo de recuperação com surgimento de resultados mais satisfatórios. Dentre os medicamentos utilizados estão os que aumentaram no cérebro a serotonina (ISRS) e também a noradrenalina (ISRSN). Há medicamentos de outras classes que também podem ser utilizados com bons resultados. Cabe ao especialista fazer uma avaliação individualizada para adequar a terapêutica mais precisa para cada caso. Os benzadiazepínicos podem ser usados concomitantemente, pois trazem rápido alívio, no entanto exige cautela, ou seja, doses menores possíveis e por breve período.