Transtorno Bipolar Síndrome grave, mas que pode ser controlada.
O Transtorno Bipolar é uma doença médica conhecida por oscilações do humor e alternância, muitas vezes súbita de depressão e de euforia (mania e hipomania), que podem ser tratados e prevenidos com psicofármacos adequados.
É a doença psiquiátrica que apresenta o maior percentual de participação de fatores genéticos em sua gênese. Para reduzir o estigma dos transtornos do humor em geral e do transtorno bipolar em particular, é necessário que pessoas conversem sobre ele, e sobre seus sentimentos.
Foi apenas nas últimas décadas que o transtorno bipolar foi mais estudado e observou-se que, é muito mais frequente na população do que se imaginava. Além disso, muitas vezes, é um transtorno com altas taxas de comorbidades, o que dificulta o diagnóstico diferencial e o tratamento.
Assim, a identificação precoce de sintomas de TB, permitiria prevenir a instalação de algumas comorbidades, exemplo o alcoolismo. Costuma também estar associada a outras doenças psiquiátricas, como o uso abusivo de drogas, Transtornos de Ansiedade, Crise de Pânico, Transtornos Alimentares, Déficit de Atenção e Hiperatividade e Transtornos dos Hábitos e Impulsos.
O TB se correlaciona com maior risco de doenças médicas em geral, por exemplo: Obesidade, Síndrome Metabólica e Diabetes Mellitus, hiper e hipotireoidismo, doenças cardiovasculares, enxaqueca, por provavelmente compartilharem dos mesmos genes, trazendo uma série de desafios quanto ao diagnóstico e tratamento.
Nos últimos anos, muito se tem investido em pesquisas clínicas, neurobiológicas, psicofarmacológicas e psicológicas, resultando num aprimoramento das opções de tratamento.
A detecção dos sinais de doença precocemente pode auxiliar na evolução benigna do quadro psíquico e, por ser uma doença determinada biologicamente, o tratamento com medicamentos se faz necessário.
O apoio dos familiares, processos de psicoeducação (para ter-se conhecimento e intervenções psicológicas estruturadas são fatores que levará na direção certa com retorno à saúde mental e a recuperação do paciente nas realizações pessoais, sociais e ocupacionais. Em um estudo da Organização Mundial de Saúde sobre o impacto global de doenças, o transtorno bipolar em 2020 será a 6ª causa médica mais incapacitante no mundo, e com altas taxas de suicídio, além dos prejuízos sócio - econômico trazidos pela doença.
É uma doença que ocorre em geral numa idade muito mais precoce que os pacientes com depressões recorrentes. Na infância e na adolescência está associado à um possível prejuízo no desenvolvimento escola, problemas de relacionamentos interpessoais, familiares e redução da qualidade de vida. Não há discriminação quanto ao sexo, podendo aparecer em ambos.
Assim, o impacto negativo da doença na vida do paciente bipolar é alto, associado a estigmatização entre os membros da família poucos informados a respeito desse transtorno. Sabemos que grandes homens na esfera política (Winston Churchil), artística (Vicente Van Gogh), cantor Kurt Cobain.... entre outros, foram diagnosticados como portadores de transtorno bipolar.
No dia 30 de março, comemora-se o dia Mundial do Transtorno Bipolar, em homenagem ao aniversário do grande pintor Vicente Van Gogh, diagnosticado como portador do transtorno bipolar, entre outros grandes nomes, como por exemplo, na esfera política, Winston Churchil, Kurt Cobain na música, a artista Marilin Monroe e tantos outros.
Tipos do Transtorno Bipolar e seus espectros
O diagnóstico é sempre clínico, não existe nenhum exame de laboratório ou de imagem que possa fazer o diagnóstico, por isso deve ser realizado por um psiquiatra, baseado no levantamento da história pessoal, familiar e relatos dos sintomas pelo próprio paciente ou familiar, isto é, baseado na aplicação de critérios clínicos.
Na prática, as classificações atuais exigem que se tenham as duas síndromes maníaca e depressiva. Entretanto, muitas vezes, a pessoa passa grande parte de sua vida apresentando episódio depressivos, e apenas o especialista será capaz de avaliar os subtipos do transtorno e manejar seus tratamentos.
Atualmente, classifica-se em Transtorno Tipo I, mais grave, Tipo II, com fases de hipomania e depressão, transtorno Tipo III, induzidos por substâncias psicoativas, Transtorno Tipo Misto, Transtorno Ciclo tímico, todos com suas características peculiares em que, baseados em critérios, o especialista será capaz de detectar e de fazer o tratamento. Pelo fato de existir doenças comorbidas associado, muitas vezes se leva vários anos para se fazer o diagnóstico correto.
O comportamento suicida apresenta-se como uma questão fundamental no tratamento de indivíduos bipolares. A taxa de suicídio nesses pacientes é 60 vezes maior que aquela observadas na população em geral e 20% a 50% deles tiveram pelo menos uma tentativa ao longo da vida.Essas alterações do humor refletem de forma negativa sobre o comportamento e as atitudes dos pacientes com transtorno bipolar e seus espectros. Sabemos que é uma doença médica e que põe em risco a vida do paciente.
Tratamento
O Transtorno Bipolar não tem cura, mas tem controle. O tratamento do transtorno bipolar deve ser guiado pela fase da doença, pois exigem objetivos diferentes. O tratamento precoce altera o curso longitudinal da doença. Sua interrupção pode ocasionar resistência a medicamentos e aumentar o risco do número de ciclagens. Tratamentos intempestivos de fases depressivas podem, por exemplo, provocar viradas e piorar o prognóstico.
Portanto, o uso de medicamentos considerados estabilizadores do humor, e outros, psicoterapia, reposição hormonal e mudanças no estilo de vida, tais como o fim do consumo de substâncias psicoativas e o desenvolvimento de hábitos saudáveis de alimentação e sono e redução dos níveis de estresse, devem fazer parte da vida de seus pacientes.
A detecção dos sinais de doença precocemente, pode auxiliar na evolução benigna do quadro psíquico, e por ser uma doença determinada biologicamente, o tratamento com medicamentos se faz necessário.