Sinais do Autismo e Intervenção Precoce
Neste mês de conscientização do Autismo, o Núcleo Integrar ABA procurou abordar as principais características do transtorno e o tipo de intervenção eficaz para crianças que estão no espectro.
O Autismo (TEA –Transtorno do Espectro Autista) é um transtorno complexo do neurodesenvolvimento que envolve atrasos e comprometimentos nas áreas de interação social e linguagem incluindo um conjunto de padrões comportamentais restritivos, estereotipados e repetitivos.
No que se refere aos prejuízos nas habilidades de comunicação e interação social, o individuo deve apresentar déficits na reciprocidade social-emocional (isto é, dificuldade em compartilhar e reconhecer sentimentos e pensamentos), déficits na comunicação não verbal (contato visual pobre, gestos e entonação da fala) e déficits nas habilidades de iniciar e manter interações sociais (interesse restrito por pessoas ou pares).
Sobre os padrões de comportamentos restritos e repetitivos, para o diagnóstico de TEA requer que o individuo apresente pelo menos dois dos quatros sinais: movimentos repetitivos ou estereotipados (balançar mãos, corpo, emissão de sons estranhos ou ecolalias e repetição de palavras ou frases fora do contexto), persistência em rotinas ou rituais (reagir de forma negativa frente a mudanças, rituais para comer, sair de casa ou brincar), interesses restritos com hiperfoco (insistência em conversar sobre o mesmo assunto, apego a um objeto, entre outros), hiper ou hiporresponsividade a estímulos (resistência ao frio ou a dor, reações atípicas a algumas texturas, sons ou luzes, fascínio por objetos que giram, entre outros).
Pesquisas recentes apontam que 1 em cada 59 crianças pode ser diagnosticada com algum grau do espectro, sendo mais comum em meninos do que em meninas.
Importante salientar que o TEA é uma condição que afeta indivíduos de todas as raças e culturas apresentando uma ampla gama de funcionamento. Esta condição é permanente e pode se manifestar sob diversas formas ao longo dos anos. Estudos apontam que as principais causas do TEA estão relacionadas à genética e/ou fatores ambientais.
As características comportamentais podem passar por diversas transformações durante o curso do desenvolvimento, sendo importante destacar a intervenção precoce como o principal recurso para a estimulação durante a fase de neuroplasticidade cerebral da primeira infância.
O diagnóstico do TEA é realizado com base em uma avaliação clínica criteriosa e por especialistas da área, observando-se a criança e analisando o seu histórico de desenvolvimento por meio de entrevista com pais ou cuidadores.
As opções de tratamento incluem tanto intervenções medicamentosas como comportamentais, sendo fundamental atendimento multidisciplinar que envolva psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.
Nos últimos 20 anos, dados robustos?amparados em pesquisas,?vêm demonstrando a eficiência de intervenções baseadas na ?Análise do Comportamento Aplicada, tradução do termo?em?inglês?Applied?Behavior?Analysis?(ABA).
Caracterizadas?como práticas?baseadas?em evidências, intervenções?fundamentadas?em ABA tornaram-se padrão ouro no tratamento?do TEA e?dos atrasos de desenvolvimento intelectual e de?linguagem.
A ênfase da ABA na abordagem cientifica do tratamento de problemas socialmente significativos alinha-se com um movimento, para aumentar o rigor nas intervenções educacionais e psicológicas para os indivíduos com TEA. Este movimento de práticas baseadas em evidencias visa mesclar o conhecimento cientifico com a prestação de serviços que melhorem a qualidade de vida dos usuários.
Apesar de vários tratamentos estarem disponíveis no momento, em longo prazo muitos não são eficazes e cientificamente comprovados para o tratamento do Autismo como a Análise do Comportamento Aplicada têm demonstrado há décadas.