Psico-oncologia: Câncer e qualidade de vida
Todo tratamento se inicia pelo reconhecimento da sua doença. No momento em que se sente: “há algo errado comigo”, buscar ajuda o mais breve possível deveria ser o primeiro passo. Contudo, nem sempre é o que acontece. Na esperança que o mal desapareça, espera-se. Talvez o tempo resolva as dificuldades. Infelizmente esperar não ajuda na maioria das situações.
Em grande parte dos adoecimentos, quanto mais precoce é o diagnóstico, maiores são as possibilidades de o tratamento ser curativo. E o tratamento do câncer não foge a essa regra. Daí a importância de campanhas como o “Outubro Rosa” e o “Novembro Azul”, pois incentivam as pessoas a procurar profissionais especializados.
Entretanto, deparar-se com o diagnóstico de um câncer transcende lidar com o adoecimento em si. É confrontar um imaginário social de sofrimento e morte. Muitas pessoas ainda receiam falar sobre o câncer, pois acreditam que falar da doença possa causar dor. E assim, omite-se ao paciente informações essenciais para a realização do tratamento.
A literatura cientifica tem comprovado que ter conhecimento sobre a doença, o tratamento e os objetivos do tratamento, permite ao paciente tomar suas próprias decisões, tornando-o ator do seu tratamento, melhorando sua adesão terapêutica, ressignificando o adoecimento, diminuindo a ansiedade, depressão e “distresse” causados pela doença.
Assim, conversar sobre sua doença com um profissional capacitado é ampliar o conhecimento, dividir medos e angústias, desenvolver sua autonomia, preparar-se para todas as possibilidades (boas ou más) que podem acontecer durante o tratamento e auxiliar os familiares que sofrem junto nesta caminhada.
Por isso, é importante buscar um psicólogo especializado no acompanhamento de pacientes com câncer, pois a formação em Psico-oncologia capacita esse profissional a lidar com as dificuldades específicas do tratamento oncológico, como: participar da comunicação de notícias difíceis, auxiliando na compreensão e aceitação das mesmas; preparar o paciente para a realização de exames estressores; facilitar a tomada de decisão para a realização ou não de tratamentos mutiladores e/ou com reações adversas graves; auxiliar a minimizar sintomas de náusea, fadiga, ansiedade e humor depressivo; desenvolver conjuntamente com o paciente estratégias de enfrentamento eficazes e estabelecer metas realistas para cada etapa do tratamento, alcançando equilíbrio emocional e qualidade de vida.
Realizar um tratamento oncológico é vivenciar “lutos”: da perda da saúde, do vigor físico e da autonomia.
É experimentar a interrupção da sua rotina de vida e de todas as consequências dessa mudança; é administrar pensamentos e sentimentos confusos; é precisar pedir ajuda.
Se você ou um familiar recebeu o diagnóstico de câncer, venha refletir; se cuidar; mudar seus conceitos; desenvolver novas estratégias de enfrentamento e ampliar sua qualidade de vida!