Magnésio: Por que devemos suplementar?
Há mais de um século vem sendo usado pela medicina e ainda seus benefícios são pouco explorados. Já foi usado como antiácido, laxativo e antiespasmódico. Sob a sua regência estão várias funções fisiológicas. Tem relação com o cálcio, interage com o zinco e a vitamina B6 e vários outros nutrientes. Ajuda a controlar o estresse. Participa de uma cascata de etapas bioquímicas que leva à síntese de hormônios sexuais como a testosterona, o estradiol e o cortisol.
O magnésio e a vitamina D são necessários para absorção e utilização do cálcio, além de uma complicada orquestração de outros elementos como o molibidênio, o boro e o fósforo, a vitamina K, as proteínas e os hormônios. Altos níveis de cálcio no sangue podem tornar os ossos mais frágeis, se não houver a presença do magnésio. O magnésio interfere na produção de colágeno e sua deficiência acelera o envelhecimento e aumenta o risco de câncer. O seu déficit diminui a sensibilidade à insulina, o que pode levar ao diabetes tipo 2. O magnésio exerce ação antitérmica, ativa a síntese de melatonina, o hormônio que propicia o sono, compete quimicamente com o chumbo, o cádmio, o alumínio, o mercúrio, contribuindo para a eliminação e para desintoxicação desses metais tóxicos.
Os sintomas mais frequentes da deficiência de magnésio: Arritmias, palpitações, hipertensão arterial, constipação, fadiga, depressão, tensão pré-menstrual, ansiedade, depressão, irritabilidade, síndrome do pânico, câimbras, dores musculares, enxaqueca, tremores musculares, crises alérgicas, dificuldade de atenção, perda de memória, angina pectoris, pseudocólicas renais, cálculos renais, confusão mental, zumbidos e convulsões, resistência insulínica, compulsão por carboidratos. Também ataques cardíacos, derrames cerebrais e morte súbita. A Síndrome da Fadiga Crônica e a Fibromialgia, Doenças de Parkinson e Alzheimer, estão também relacionadas.
Por que estamos deficientes de magnésio? O homem paleolítico consumia 1 g de Magnésio e 1 g de cálcio por dia, ou seja, uma quantidade de magnésio na proporção de 1:1 em relação ao cálcio. O homem paleolítico não sofria de doenças degenerativas como hipertensão, diabetes, câncer e artrite. A dieta moderna absorve de 5 a 15 vezes mais cálcio que magnésio e contém uma média de 150 a 250mg de magnésio por dia. Hábitos alimentares, como o excesso de cálcio, de gorduras, de açúcar e sal refinados, o consumo de bebidas alcoólicas e de refrigerantes, levam ao aumento da excreção do magnésio e prejudicam a sua absorção.
O solo brasileiro é deficiente em magnésio em 90% da sua extensão, pois o magnésio é mais abundante em terras vulcânicas. Estudos americanos demonstraram a nítida correlação entre solos pobres em magnésio e a alta incidência de doenças cardiovasculares e outras doenças degenerativas.
Vale lembrar que a maioria das águas minerais brasileiras, refletindo a composição geoquímica do solo, têm baixo teor de magnésio. Ainda mais grave é que muitas dessas águas minerais têm fluoreto, um componente que interfere na absorção e nas funções do magnésio. O flúor foi banido em 98% dos países da Europa, permanecendo em 5% dos países do mundo, dentre eles o Brasil. O flúor altera o balanço do cálcio/ magnésio produzindo o aumento de fraturas do fêmur, calcificações patológicas e degenerações osteoarticulares. O Flúor interfere ainda na ação do iodo, o que atrapalha a função da tireoide, sendo esta, uma das maiores causas de hipotiroidismo no Brasil.
O nosso estilo de vida moderna depreda o magnésio e nos adoece. No mecanismo de reação ao estresse, ocorre um aumento de cálcio no meio intracelular. Assim, o coração, os vasos e também os músculos ficam hiperexcitáveis. No homem moderno existe um estado de estresse crônico. A tensão emocional, o trauma psíquico, enfermidades, geram um estresse que diminui a eficiência da célula em reter o magnésio e aumenta a sua excreção pela urina. O estresse libera a adrenalina e o cortisol, induzindo a saída do magnésio do meio intracelular que serão eliminados por meio da urina.
A suplementação adequada de magnésio tem dupla vantagem - reduz a retenção de metais no organismo e aumenta a sua excreção por mecanismo de competição. Outras intoxicações crônicas por metais advindas da contaminação industrial, alteram o equilíbrio do magnésio. Por exemplo, o alumínio, presente nas latas de refrigerante e cerveja, desodorantes, interferem em muitas reações bioquímicas, bloqueando o magnésio e podendo produzir uma variedade de sintomas, inclusive o seu acúmulo no cérebro pode estar relacionado com o desenvolvimento de doença de Alzheimer. O saturnismo (intoxicação por chumbo) produz lesões renais, paralisia periférica e encefalopatias. Outro elemento tóxico é o cádmio. O cádmio está presente na fumaça do cigarro, fumaça de veículos e alimentos em conserva. Sua intoxicação pode causar hipertensão arterial.
É confiável dosar o magnésio no sangue? Existe uma dificuldade na interpretação dos dados bioquímicos da dosagem do magnésio no sangue. Pesquisas apontam que 89% do total de magnésio de um homem está distribuído nos músculos e ossos. Apenas 1% distribui- -se pelo tecido extracelular. Então, a dosagem sanguínea pode não refletir a realidade.
Precisamos suplementar magnésio mesmo tendo uma alimentação dita saudável? Diante de todos esses fatores e levando em conta que dificilmente o problema do solo poderá ser corrigido para fornecer alimentos tanto de origem vegetal como animal com concentração adequada de magnésio, justifica-se e recomenda-se a sua suplementação na maioria da população brasileira. Importante lembrar que o magnésio exerce ação anticoagulante e o estrógeno sintético favorece a coagulação do sangue. A suplementação de magnésio, para quem usa contraceptivos hormonais, pode prevenir os acidentes tromboembólicos devido à sua ação preventiva anti-agregação plaquetária.
Estima-se que nos EUA, cerca de 150 mil vidas poderiam ser salvas anualmente se todas as pessoas tomassem águas ricas em magnésio, de acordo com a National Academy of Sciences desse país!