Glaucoma: A era das cirurgias minimamente invasivas
No Glaucoma, os microcanais que controlam a pressão interna do olho estão “entupidos”. Essa pressão aumenta, machucando o nervo que conduz a visão e impedindo que ela chegue ao nosso cérebro. Os novos tratamentos cirúrgicos minimamente invasivos para glaucoma (MIGS, sigla em inglês) atuam diretamente nos microcanais de diversas formas:
• Dilatando - (imagem 1);
• Abrindo com cortes microscópicos (imagem 2);
• Colocando stents no seu interior - (imagem 3);
• Limpando a entrada dos canais com LASER - (imagem 4).
Todos são procedimentos mais elegantes e delicados que as cirurgias clássicas, porém, quase todos exigem pequenas incisões (cortes) em centro cirúrgico. O único deles que dispensa qualquer incisão é a Trabeculoplastia Seletiva a Laser (SLT). Mesmo sendo o menos invasivo dentre os “minimamente invasivos”, a eficácia do LASER é equivalente à de todos os outros, de acordo com os estudos mais recentes discutidos em um congresso internacional no qual participei este mês em São Paulo. A alta eficácia e a baixa invasividade fazem com que a Trabeculoplastia Seletiva a Laser seja recomendada pelas Sociedades de Glaucoma da Europa, Estados Unidos e Brasil como tratamento inicial dos glaucomas e hipertensões oculares (pré-glaucomas) no lugar dos colírios ou para evitar/ adiar a cirurgia incisional. Ela pode também ser associado a uma cirurgia de catarata pré-existente sem interferir no resultado visual desta. A cirurgia convencional ainda é necessária em pacientes com glaucoma mais avançado e é a mais eficiente nesses casos, quando bem realizada. O uso de colírios, apesar dos efeitos colaterais e dificuldades da aplicação diária, ainda é útil em determinadas situações. Porém, uma frase que se repetiu muito nesse congresso, nas sessões em que participei como palestrante/debatedor, com base na variedade dos procedimentos atualmente disponíveis para todos os estágios da doença, foi: “COLÍRIO EM ÚLTIMO CASO”.