Fibromialgia
Essa dor que eu estou sentindo existe Dra? Essa é uma pergunta muito frequente no consultório do reumatologista. A fibromialgia é uma síndrome que está ligada a um distúrbio de percepção da dor no sistema nervoso central e leva o paciente a apresentar uma resposta exagerada a qualquer estímulo doloroso. No paciente com fibromialgia um abraço, que é a mais pura manifestação de afeto, pode causar dor.
Comumente, o primeiro indício de fibromialgia é uma dor localizada que persiste e, com o tempo, evolui e se alastra para tornar-se difusa. A dor normalmente surge sem motivo, mas às vezes pode ser desengatilhada por traumas psicológicos ou físicos, como um acidente por exemplo.
O paciente além da queixa de dor difusa e migratória também pode se queixar de fadiga crônica, de acordar pela manhã se sentindo extremamente cansado, com a sensação que não dormiu o suficiente. Muitos também podem apresentar dores de cabeça e abdominais com alteração do hábito intestinal – diarreia ou constipação. Os sintomas não param por aí, a depressão anda de mãos dadas com a fibromialgia e a ansiedade e tristeza estão presentes em aproximadamente 40% dos pacientes.
A fibromialgia pode afetar indivíduos de qualquer faixa etária, principalmente dos 30 aos 60 anos de idade, sendo os 40 anos o pico do aparecimento da doença. As mulheres são as mais afetadas, a doença é de nove a dez vezes mais frequente entre elas. Não existe uma explicação direta para isso, mas talvez possamos atribuir características genéticas e hormonais como importantes fatores para que haja mais casos entre as mulheres.
Danos graves como deformações ou paralisação de membros não ocorrem na fibromialgia. Além disso, os pacientes precisam ter informação sobre a doença e não se abalarem caso ainda encontrem profissionais e pessoas que os desacreditem.
Temos de lembrar que o tratamento da fibromialgia é multidisciplinar, ou seja, são necessárias várias atitudes para tratar o paciente com a doença. É preciso lembrar que as medicações isoladamente não são tão eficazes no tratamento. E os exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, são os mais indicados para o tratamento da doença. Alguns exercícios são ótimos, como hidroginástica, hidroterapia, alongamento, pilates e dança. Esses são exercícios extremamente eficazes e que não trazem efeitos colaterais. A abordagem psicológica dos pacientes também é muito importante.