Escola e Infecção de Repetição
Hoje, com a inserção da mulher no mercado de trabalho, tanto mães como avós, as crianças estão entrando cada vez mais cedo em berçários, creches e escolas.
Com a imunidade em formação, as crianças entram na escola e ficam expostas a vários vírus e bactérias que seus organismos ainda não conhecem e, consequentemente, ficam doentes. Isso não significa que as crianças possuem “resistência baixa”. Significa apenas que o sistema imunológico está sendo construído, o que é normal nos primeiros anos de vida. Para que isso ocorra, é fundamental que a criança seja amamentada exclusivamente no peito pelo período de 6 meses, que tome todas as vacinas previstas e que evite exposição a aglomerados e cigarro.
O que faz as crianças ficarem doentes constantemente não é ventilador, pé descalço, contato com areia ou mau cuidado da professora, como muitos pais acreditam. Também não é a presença de adenoide grande (carne crescida), que faz a criança respirar pela boca e babar. E não é coincidência, o fato de terem entrado na escola e começarem a ficar doentes. O grande causador das infecções de repetição é o contato entre as crianças, que espirram, tossem, abraçam, trocam chupetas e também vírus e bactérias. Assim, as crianças desenvolvem otites, amigdalites e rinossinusites de repetição, tornando os primeiros meses e até mesmo os primeiros anos escolares desafiadores, entre tantos xaropes, antigripais e antibióticos.
Doentes, o ideal seria ficarem em casa até completa recuperação para, então, retornarem à escola. Mas as mães não podem faltar ao trabalho e, sem opção, levam as crianças à escola, perpetuando o ciclo vicioso da troca de vírus e bactérias e deixando outras crianças doentes.
O que fazer para minimizar essas infecções de repetição? O ideal é um conjunto de atitudes, começando pelo aleitamento materno, que deve ser exclusivo até os 6 meses de vida do bebê, início na escola mais tardio, quando possível, escolha de escolas com menor número de crianças por sala de aula, evitar uso de chupetas (grande transmissor de doenças, pois uma criança acaba usando a de outra), não expor as crianças a cigarro (que inflama a via aérea) e não levar as crianças na escola enquanto estiverem doentes.