Entenda - Alcoolismo x Pandemia e quais são os tratamentos mais indicados
Algumas substâncias são as responsáveis por alterar o comportamento em pessoas que as consomem. Pessoas quimicamente dependentes desenvolvem vulnerabilidades físicas e emocionais que aumentam consideravelmente o risco de contaminação e até de morte.
Além do alto risco contrair a Covid-19, ainda tem presente um risco social, que agrava sua condição de vulnerabilidade, pois ao consumirem as substâncias nocivas, perdem também a capacidade de controle das próprias atitudes, o que acarreta uma diminuição do autocuidado e da higiene pessoal – hábitos essenciais na situação atual.
A Pandemia veio acompanhada de uma série de fatores que mudam drasticamente o equilíbrio emocional, mental e comportamental, com consequências graves de forma geral à saúde: o consumo de bebidas e o uso de drogas. “Ambos causam dependência e, ao longo de muito tempo, os dois levam a tristes realidades que afetam a vida não só do indivíduo que se torna dependente, mas também de suas carreiras profissionais, seus círculos de amizades, laços familiares, enfim, a um verdadeiro universo paralelo destrutivo”, explica Dr. Nasser. “Buscar alternativas que possam evitar a dependência química, necessita da ação conjunta da sociedade, das pessoas próximas aos dependentes e de campanhas de conscientização do governo. Estamos falando de um caso de saúde pública que, há muitas décadas mata muito mais que a Pandemia do Coronavírus e que faz com que haja uma Pandemia paralela bem acentuada. Isso porque, as bebidas alcóolicas e as drogas, de forma geral, são consumidas, inicialmente, para que exista um prazer momentâneo. Na medida em que a dependência avança, os estímulos para o uso se relacionam com o alívio dos sintomas de abstinência e o padrão torna-se cada vez mais rígido.
Quando ocorre à tolerância e a diminuição da sensibilidade aos efeitos iniciais dessas substâncias, os pacientes aumentam a quantidade ingerida. A síndrome de abstinência é o conjunto de sinais e sintomas físicos e psíquicos que aparecem decorrentes da diminuição, ou interrupção, do consumo de bebidas e drogas. Inicialmente, são leves e intermitentes, posteriormente, com o agravamento da síndrome de dependência, a frequência e a gravidade dos sintomas aumentam, passando a ser persistentes. Durante o histórico clínico, devemos considerar os seguintes aspectos: início da relação entre o uso e o alívio dos sintomas de abstinência; tempo entre o despertar e o uso durante o dia; nível de esclarecimento e personalidade do paciente. Tipicamente para uma pessoa que tinha uma dependência moderada, após um período de abstinência, a reinstalação da dependência pode levar semanas ou meses. Um paciente gravemente dependente leva alguns dias para reinstalar a dependência ao reiniciar o uso”.
Com mais de cem mil pacientes atendidos ao longo de sua profissão, Dr. Nasser Reda declara ser extremamente realizado com histórias de superação em relação à dependência química. “Além de médico, sou um ser humano diante de outros milhares. Aprendi muito com eles e quando me perguntam quem sou, digo que sou um pouco de cada um deles, de suas histórias”, finaliza.
“Buscar alternativas que possam evitar a dependência química necessita da ação conjunta da sociedade, das pessoas próximas aos dependentes e de campanhas de conscientização do governo”.