Botulínica no Estrabismo: Uma Abordagem Promissora e Não Invasiva.
A toxina botulínica (TB), popularmente conhecida como "Botox", teve sua história iniciada em 1980
A toxina botulínica (TB), popularmente conhecida como "Botox", teve sua história iniciada em 1980, após o trabalho inicial de um oftalmologista chamado Alan Scott, desenvolvido no Smith-Kettlewell Eye Research Institute de San Francisco. Nas observações preliminares mostraram que a TB poderia ser usada como alternativa ao tratamento cirúrgico convencional, em vários casos. O Estrabismo foi, portanto a primeira moléstia a ser tratada com toxina botulínica. Alan Brown Scott, foi pioneiro nas primeiras aplicações médicas do botox, usado para corrigir o estrabismo, mas cujo uso se tornou mais conhecido como um elixir da juventude porque permite disfarçar as rugas. A partir de 1989 a TB, cuja primeira designação comercial foi “Oculinum”, foi liberada para uso terapêutico em pacientes acima de 12 anos.
A TB tem é uma opção terapêutica para o estrabismo, uma condição ocular caracterizada pelo desalinhamento dos olhos. Ao ser injetada nos músculos oculares, a toxina botulínica age bloqueando a liberação de acetilcolina, um neurotransmissor responsável pela contração muscular. Isso temporariamente enfraquece o músculo afetado, permitindo um melhor alinhamento dos olhos, equilibrando as ações musculares e podendo resolver o estrabismo definitivamente com esse procedimento pouco invasivo.
A vantagem da toxina botulínica no tratamento do estrabismo reside na sua natureza não invasiva, evitando procedimentos cirúrgicos complexos. É uma alternativa especialmente considerada para casos leves a moderados, onde a cirurgia pode ser adiada ou até mesmo evitada. Contudo, é importante ressaltar que os efeitos da toxina botulínica na cosmetologia é diferente no caso do estrabismo, pois no primeiro caso tem-se um tempo limitado de ação e no segundo pode curar o estrabismo.
Os benefícios incluem menor tempo de recuperação e a capacidade de ajustar a dose conforme necessário. Além disso, a aplicação da toxina botulínica, no caso do estrabismo, é relativamente rápida mas tem que ser realizada em ambiente cirúrgico sob cuidados de um anestesiologista. No entanto, como qualquer procedimento médico, há riscos potenciais, como reações alérgicas ou efeitos colaterais temporários, como ptose palpebral (queda da pálpebra).
É fundamental que a decisão de usar a toxina botulínica para o estrabismo seja baseada em uma avaliação completa por um oftalmologista especializado. Cada caso é único, e o médico considerará fatores como a gravidade do estrabismo, a idade do paciente e sua saúde geral antes de recomendar esse tratamento. Em alguns casos, a abordagem tradicional, como a cirurgia, pode ser mais apropriada. A aplicação de toxina botulínica não impede e nem atrapalha uma futura cirurgia de estrabismo futura, pelo contrário, entra como adjuvante ao tratamento cirúrgico.
A toxina botulínica emerge como uma opção promissora no tratamento do estrabismo, oferecendo uma abordagem menos invasiva para alguns pacientes em crianças, adultos e idosos . No entanto, a decisão deve ser cuidadosamente ponderada em consulta com um profissional de saúde ocular.