Autocuidado, como desenvolver?
Autocuidado é um dos conceitos mais importantes a ser trabalhado pelos psicólogos da saúde. Se aprendermos a nos cuidar, conseguiremos cada vez mais nos engajarmos em comportamentos protetores e menos em comportamentos prejudiciais a nossa saúde e qualidade de vida. Mas por onde devemos começar? Talvez dentro dos conceitos do auto: autocuidado, autoestima, autoconfiança e autoconhecimento; o último citado é o primeiro passo, nos conhecermos.
A aquisição do autoconhecimento é fundamental; se não soubermos onde estamos e onde queremos chegar, como poderemos ser diferentes? A auto-observação é uma grande aliada. Sair do piloto automático da vida e investir um pouco de tempo para observar nosso ambiente (casa, trabalho, relações interpessoais...), comportamento (o que fazemos, pensamos e sentimos) e organismo (respiração, batimento cardíaco, suor...); e assim identificar como agimos no nosso mundo e quais consequências nossas ações estão produzindo. Eu aproximo ou afasto as pessoas? Eu faço coisas que me deixam feliz ou apenas cumpro minhas obrigações diárias? Em qual lugar estou na minha lista de prioridades?
A autoconfiança é o sentimento que nós mesmos produzimos ao executarmos uma tarefa e alcançarmos o sucesso; portanto, uma pessoa autoconfiante sabe o que deve fazer para resolver um problema, inclusive sabe identificar quando precisa aprender uma nova habilidade ou quando deve pedir ajuda para outra pessoa; ou seja, ela se sente capaz com suas habilidades e não se sente ameaçada pelas habilidades dos outros. Infelizmente muitas vezes nos impomos metas impossíveis de serem realizadas e esquecemos que ninguém nasce sabendo, que precisamos aprender uma série de habilidades antes de alcançar um objetivo complexo. Por isso, estabeleça metas intermediárias, que culminem no objetivo maior, de tal modo que aos poucos desenvolverá a capacidade de cumprir esse objetivo e se tornará mais autoconfiante.
Já a autoestima é o sentimento construído através do reconhecimento das nossas habilidades, capacidades, características... ou seja a autoestima é o amor-próprio que foi ensinado através da valorização do outro em nós não apenas porque fazemos o que o outro espera ou gostaria, mas por sermos criativos e conseguirmos encontrar felicidade com nossas próprias ações. No entanto, ações que nos fazem felizes, mas que são punidas por nosso contexto social não fortalece a autoestima, podem gerar sentimentos de ambivalência e até de incapacidade. É claro que quanto mais maduros e autônomos, mais aprendemos a nos auto reconhecer e assim fortalecer nosso sentimento de autoestima, independente da opinião do grupo que estamos inseridos. Contudo, sermos reconhecidos e sentirmos coerência entre os nossos sentimentos e a opinião das pessoas significativas é mais eficaz no fortalecimento da autoestima.
E então, chegamos ao autocuidado. Se nos conhecermos, reconhecer nossas capacidades e nos amar serão então menos difíceis investir nossa atenção para os cuidados necessários à nossa saúde, ajustando as mudanças de rotina necessárias de acordo com as nossas possibilidades, estabelecendo metas realistas e entendendo que as mudanças para uma vida saudável são processuais e não uma ruptura. Sendo assim, se você está passando por um processo de adoecimento e está enfrentando dificuldades de adaptação a essa nova realidade, busque ajuda de um psicólogo da saúde, ele é o profissional capacitado a auxiliar no desenvolvimento de novas estratégias e habilidades visando à ampliação da sua qualidade de vida.