
Atraso na fala: quando o silêncio também fala
“Ele ainda não fala… isso é normal?”
Essa é uma das perguntas mais frequentes e, ao mesmo tempo, uma das mais carregadas de ansiedade na maternidade. O que muitas mães não sabem é que o atraso na fala não é só uma questão de tempo — é um pedido silencioso por atenção, por estímulo, por olhar.
Cada criança tem seu próprio ritmo, sim. Mas existe uma linha tênue entre o “tempo de cada um” e os sinais de alerta que não podem ser ignorados. Quando uma criança demora a falar, ela não está apenas quieta — ela pode estar com dificuldades de se comunicar, se expressar, se conectar com o mundo ao seu redor. E quanto mais cedo isso for percebido, maiores são as chances de mudança, de evolução, de transformação.
O atraso na fala não define quem seu filho é, mas pode apontar o que ele precisa.
Falar é muito mais do que pronunciar palavras. É linguagem, vínculo, escuta, intenção. E tudo isso começa muito antes da primeira palavrinha. Começa no olhar, no toque, na troca. Como fonoaudióloga e mãe, eu digo com todo o amor: não espere para agir. Observe. Estimule. E, se houver dúvidas, procure orientação.
Um diagnóstico não é um fim — é o começo de um caminho mais consciente. E às vezes, tudo o que essa criança precisa é de um ambiente que a veja, a acolha e a estimule com simplicidade, rotina e afeto.
Porque a fala pode demorar… mas o amor não precisa esperar.