Antivacinismo põe em risco milhões de vidas
A vacinação é considerada uma das maiores conquistas no campo da medicina, pois isoladamente já salvou mais vidas do que qualquer forma de tratamento. A Organização Mundial da Saúde estima que milhões de vidas poderiam ser salvas se simplesmente recebessem esquema vacinal adequado. É muito melhor, mais fácil e mais barato prevenir uma enfermidade do que tratá-la. E é exatamente isso que as vacinas fazem. Além do benefício individual, a vacinação é capaz de proteger as outras pessoas uma vez que quanto mais pessoas de uma comunidade ficarem protegidas, menor é a chance de que qualquer uma delas – vacinada ou não – seja infectada.
Através da vacinação várias doenças já foram erradicadas: a febre amarela urbana, a varíola e a poliomielite são alguns exemplos. É inegável o seu benefício, no entanto há alguns grupos de pessoas, que por convicções totalmente distorcidas ou por simples falta de conhecimento, se posicionam contra a prática de vacinação.
Infelizmente o movimento antivacinismo tem crescido, e já é possível perceber em muitos países o mal que essa prática tem causado, com o ressurgimento de doenças que já estavam controladas e voltam a aparecer. Esse movimento ganhou muitos adeptos depois que um médico britânico (Andrew Wakefield) publicou, em 1998, um artigo científico relacionando à vacina tríplice viral ao autismo em uma renomada revista médica (The Lancet). Esse artigo logo recebeu diversas críticas e após uma série de investigações descobriu que o médico britânico tinha interesses particulares em promover o antivacinismo. Em 2010, a The Lancet retirou o estudo de seu site e no mesmo ano o Conselho Britânico de Medicina cassou a licença de Wakefield. Mas, desde então, o Reino Unido nunca mais alcançou a cobertura vacinal que tinha antes. Muitos outros grupos, às vezes, baseados em preceitos religiosos distorcidos continuam a propagar esse e vários outros mitos sobre a vacinação. O mapa abaixo mostra surtos de doenças que poderiam ser facilmente evitadas pela prática da vacinação.
Os benefícios das vacinas para a saúde coletiva são indiscutíveis. E não só as crianças devem ser vacinadas, adolescentes, adultos e idosos também devem manter a carteira vacinal atualizada. É a imunização de toda a população que garante que mesmo se uma pessoa tiver contato em outro país ela não vai se contaminar nem trazer o vírus para cá.
Seja por motivos religiosos, ideológicos ou simples desconhecimento algumas pessoas se recusam à vacinação e colocam em risco muitas outras vidas. No mundo globalizado em que vivemos a informação é a nossa maior aliada, mas é preciso sempre buscar informação de fonte confiável. Se tiver alguma dúvida, pergunte a seu médico, ao pediatra de seu filho, ou se ainda ficar uma dúvida marque uma consulta com infectologista, ele poderá esclarecer todas as suas dúvidas. Com informação, não tem como ficar contra vacinação!
Fonte: http://www.cfr.org/interactives/GH_ Vaccine_Map/#map