A importância da assistência multiprofissional
Visando a prevenção de doenças e a geração de saúde do cliente pela medicina preventiva, necessária é a sua aderência ao tratamento proposto, que depende, por sua vez, do seu grau de motivação.
Nesta linha de raciocínio, é mister que modifiquemos seu estilo de vida, com intervenção na sua alimentação, na qualidade de seu sono, no gerenciamento do seu estresse, no seu grau de atividade física e na modulação hormonal de suas diferentes pausas, se existentes.
Assim, a participação do nutricionista e do educador físico é fundamental nessa assistência multiprofissional e na geração desse serviço de saúde eficaz e personalizado.
Da mesma forma, no plano terapêutico do cliente, é imperativo a assistência dos diferentes especialistas médicos, posto que a otimização metabólica proporcionada pela medicina preventiva não os substituirá, mas pode melhorar, de maneira categórica, a resposta ao tratamento do cardiologista, do nefrologista, do clínico médico, do reumatologista, do ortopedista e outros especialistas, além de pré e pós-operatórios mais equilibrados. A parceria adequada é o elo de todo o sucesso da medicina preventiva para o cliente.
Nessa mesma seara, a falta de hormônios pode colaborar para a osteoporose da mandíbula e a diminuição do trofismo da gengiva, e, assim, facilitar a perda dentária. Também a falta de melatonina salivar pode aumentar a incidência de doença periodontal agravando o quadro citado. Tal situação pode, assim, ser prevenida e/ou corrigida com a correta modulação dos hormônios que estiverem em deficiência.
A prescrição dos hormônios deve ser feita sempre pelo médico capacitado a pescrevê- -los a partir do encaminhamento pelo dentista que, fazendo parte daquela assistência multiprofissional, identificará as situações da saúde oral candidatas à modulação dos hormônios, encaminhando para o médico capacitado a fazê-la.
Um adequado tratamento depende, incondicionalmente, de um correto diagnóstico.
Para realizar os diagnósticos responsáveis pelo desequilíbrio metabólico vigente e pelo adoecimento crônico, é obrigatório o conhecimento da fisiologia hormonal pelo médico assistente, assim como manejar, com expertise, cada otimização metabólica visando o reequilíbrio endócrino do cliente. Desta feita, o profissional médico deve ser não só devidamente qualificado, mas, de fato, capacitado para atuar no campo da fisiologia endócrina.
O profissional não médico desconhece a fisiologia humana e não tem qualquer experiência em como determinado hormônio pode interferir em outro órgão ou tecido, com as diferentes complicações advindas dessa falta de informações. Não tem o conhecimento específico exigido e construído em conceitos fortemente embasados pela literatura médica científica.
Não basta olhar o resultado de um exame laboratorial. Deve-se conhecer o quadro clínico do cliente e usar, como suporte, os valores laboratoriais para compor um diagnóstico correto.
É necessário ter a exata noção de que cada cliente tem um número diferente de células e que cada célula tem um número diferente de receptores para cada respectivo hormônio. Mais ainda, cada receptor tem graus diferentes de atividade, sendo alguns mais ativos que outros, além de outros receptores estarem, muitas vezes, bloqueados. Assim, conhecer as diferentes formulações a serem prescritas e as diversas dosagens de cada formulação, com a multivariedade de respostas teciduais e metabólicas, além de dominar o manejo de potenciais efeitos colaterais, só é possível se o profissional médico for capacitado para essa eficaz e responsável atuação.
O médico que atua na medicina preventiva deve possuir sua capacitação específica para a prescrição de hormônios e dominar os conceitos do metabolismo e fisiologia hormonal.