A Correlação da Obesidade com a Covid-19
Obesidade não tem cura, obesidade tem controle
O novo coronavírus se tornou uma pandemia declarada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 11 de março de 2020, sendo uma doença inflamatória e com predileção por pulmão e vias aéreas. A fisiopatologia e fisiopatogenia correta do SARS-COV 2 ainda é incerta, porém o papel do vírus na resposta imune gerando inflamação pulmonar e sistêmica já está bem documentada.
A obesidade é uma doença crônica, progressiva e incurável que cursa com o aparecimento de diversas comorbidades ao longo de sua evolução devido a inflamação sistêmica que provoca. As principais doenças associadas a obesidade são distúrbios do metabolismo lipídico, diabetes e hipertensão. Porém a obesidade esta relacionada a diversos outros tipos de doenças como, por exemplo, ser um dos fatores de risco para diversos tipos de câncer. A obesidade é, talvez, a maior e pior pandemia que vivemos há anos, com impacto significativo na qualidade de vida, saúde individual e saúde pública, que, muitas vezes, é negligenciada por médicos, governos, órgãos de imprensa e, principalmente, pelo próprio paciente.
Além dos fatores pró-inflamatórios, a obesidade é uma doença prótrombótica e que causa prejuízo na mecânica ventilatória pulmonar. Pesquisadores da Carolina do Sul publicaram um estudo com 6.916 pacientes atendidos na Kaiser Permanent Souththern Califórnia, evidenciando uma correlação direta entre risco de morte por COVID-19 e obesidade, especialmente em sexo masculino e população mais jovem.
Nos últimos meses, mais de 300 artigos já foram publicados correlacionando a obesidade como importante fator de risco para morte ou maior gravidade em infecção por COVID-19.
Assim sendo, ao tratar a obesidade, a pessoa está também se protegendo de diversas doenças como diabetes, hipertensão, tumores e de desfechos desfavoráveis quando é infectado por doenças como o novo coronavírus.
Diversas são as opções e associações de tratamento para controle da obesidade. O melhor momento de se atuar é precocemente. Quanto antes iniciarmos o tratamento e aconselhamentos dos pacientes com obesidade, melhor o resultado e mais tardiamente as doenças associadas surgirão. Para pacientes com sobrepeso os tratamentos clínicos-medicamentosos possuem boa eficácia. Para casos onde a obesidade já esteja instalada ou com sobrepeso avançado (IMC>27Kg/m2) os tratamentos endoscópicos como balão gástrico, gastroplastia endoscópica ou cirurgia bariátrica são melhores indicados e cada caso deve ser individualmente analisado por um especialista em tratamento da obesidade.
Cirurgião bariátrico, endoscopista bariátrico e endocrinologista e são alguns dos profissionais que possuem a expertise no tratamento da obesidade. Para aumentar as chances de sucesso existe a necessidade de tratamento multidisciplinar. Ou seja, diversos especialistas (clínico, psicóloga, nutricionista, educador físico) devem atuar em conjunto. Isso só é possível em ambientes especializados e com o entendimento e participação direta do paciente.
Lembre-se obesidade não tem cura, obesidade tem controle. O que buscamos é o controle da doença a longo prazo e durante a vida do paciente com obesidade é comum a necessidade de diversos tipo de procedimentos durante cada fase. Como qualquer outra doença o diagnóstivo e tratamento precoce são fundamentais. Se seu IMC (peso: altura2) for maior que 25, procure ajuda de um especialista.