Reposição hormonal: o que toda mulher precisa saber para passar pela menopausa com qualidade de vida

Por Dra. Juliana Cáceres Pessini

Durante muito tempo, falar sobre menopausa foi quase proibido. Era um tema cercado de silêncio, como se representasse o fim da feminilidade. Mas a verdade é que a menopausa é apenas uma nova fase — e pode ser vivida com saúde, leveza e plenitude.
Trabalho há anos acompanhando mulheres nesse momento de transição. E uma das ferramentas mais eficazes para garantir qualidade de vida é a terapia de reposição hormonal (TRH). Quando bem indicada, ela pode transformar completamente a experiência da menopausa.
A menopausa, que costuma acontecer por volta dos 50 anos, marca o fim da produção regular de estrogênio e progesterona pelos ovários. Essa queda hormonal está por trás dos sintomas mais comuns: ondas de calor, insônia, irritabilidade, perda de libido, ressecamento vaginal e alterações cognitivas.
A reposição hormonal consiste em repor esses hormônios de forma segura e controlada. Não se trata de “voltar no tempo”, mas de manter o equilíbrio do corpo e da mente. A TRH ajuda a aliviar sintomas e também previne doenças como osteoporose e problemas cardiovasculares.
Vale lembrar que cada mulher é única. Por isso, a decisão de iniciar a reposição deve sempre ser individualizada. Levo em conta sintomas, histórico de saúde, exames e estilo de vida antes de indicar qualquer tratamento. Mulheres com histórico de câncer de mama, trombose ou doenças hepáticas precisam de atenção especial — nesses casos, avaliamos alternativas.
Hoje, temos várias formas de reposição: comprimidos, adesivos, géis, cremes vaginais e spray. A escolha depende do que é mais seguro e confortável para cada paciente.
É normal ter dúvidas e receios — muitos deles vêm de estudos antigos que associavam a TRH a riscos elevados. Mas pesquisas mais recentes mostram que, quando iniciada nos primeiros anos após a menopausa e com acompanhamento médico regular, a reposição é segura e eficaz.
Menopausa não é o fim de nada. Pode ser o início de uma fase com mais liberdade, autoconhecimento e bem-estar. Com informação, apoio e cuidado, é possível viver esse período com saúde e autoestima. E você não precisa passar por isso sozinha.

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